Tudo começou em julho, quando as autoridades russas enviaram uma notificação para o escritório do Telegram em Londres, exigindo que o serviço descriptografasse mensagens enviadas por seis números de telefone. O Telegram se recusou a colaborar com a FSB (sucessora da KGB) e, em setembro, o governo entrou com uma ação para punir a companhia.

Na rede social VK, o cofundador Pavel Durov diz que as exigências feitas pela agência de inteligência, tais como revelar as mensagens trocadas, “não são tecnicamente possíveis”. Além disso, a FSB estaria agindo contra a Constituição da Federação Russa, que garante o direito à privacidade de correspondência, conversas telefônicas, cartas, telegramas e outras mensagens. O aplicativo possui mais de 100 milhões de usuários. Na Rússia, onde Durov nasceu, o Telegram é criticado por ser muito fechado, o que o tornaria a “ferramenta perfeita para terroristas”. Como lembra a Forbes, Durov já enfrentou problemas por se recusar a remover conteúdos na rede social VK, na qual também é fundador. Atualmente, ele está exilado “em algum lugar entre a Finlândia e a Ilha de São Cristóvão”. O Telegram tem 10 dias para recorrer. Especula-se que a Rússia possa obrigar as operadoras de internet a banirem o aplicativo de suas redes caso o Telegram não colabore com o governo. No Brasil, situações parecidas já resultaram no bloqueio do WhatsApp por três vezes.

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